Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz-Fiocruz alertam para o risco da poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, ressurgir no Brasil, como foi com o sarampo, em 2018. Os motivos para o alerta são vários. O principal deles é a baixa cobertura vacinal. Mais de 500 mil crianças não receberam a vacina, só 67% estão imunizadas contra a doença. O patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença é de 95% do público alvo.
Para o ex-secretário estadual da Saúde, Beto Preto, como não há casos da doença no Brasil desde 1994, há uma falsa sensação que não é preciso se proteger contra o vírus. Ainda segundo ele, que é médico, enquanto a poliomielite existir em qualquer lugar do planeta, há o risco de importação da doença. “Não podemos correr o risco da pólio que foi erradicada voltar e as crianças terem paralisia infantil. Isso seria terrível”, afirma.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa aguda causada pelo poliovírus selvagem responsável por diversas epidemias no Brasil e no mundo. Ela pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível, principalmente em crianças com menos de cinco anos de idade.
No país, duas vacinas diferentes são oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para a imunização da pólio: a inativada e a atenuada. A vacina inativada deve ser aplicada nos bebês aos 2, 4 e 6 meses de idade. Já o reforço da proteção contra a doença é feito com a vacina atenuada, aquela administrada em gotas por via oral entre os 15 e 18 meses e depois, mais uma vez, entre os 4 e 5 anos de idade.